Pobre de mim
Morro de sede
Chora a flor no seu canteiro
Como tarda
Como tarda o jardineiro!
A nuvem
Lá no céu
Ouviu a flor chorar
E prometeu:
Espera um pouco Flor
Que aí vou eu
Para te ajudar!
E chamou:
Vento, vento
Vem depressa
Que não tenho tempo
A Flor está a murchar!
E o vento
Que é o ar em movimento
E andava pelo espaço
A passear
Veio logo
Prontamente
A assobiar.
Aqueceu o sopro
Que não se vê
Mas que se sente
E num abraço
Rodeou a nuvem
Que esperava impaciente.
Depois
Foi só descer
Descer rapidamente.
Obrigada, Chuva
Obrigada por vires em meu auxílio
Agradece a flor
Agora, sim
Estou bem
Matei a sede!
Então
Fico feliz
Diz-lhe a gotinha de água.
E acrescenta:
Qualquer dia
Hei-de voltar
Voltar lá para cima.
Sabes, Flor
Nunca sei bem
Se é lá
Ou cá o meu lugar.
Passo a vida
De cá para lá
A viajar
Num vai e vem…
E a cintilar
Sobre as pétalas da flor
A gotinha de chuva repetiu:
Sim, hei-de voltar
Levada pelo Sol
Para tornar a ser
Outra vez nuvem
Além, no céu azul!
Soledade Martinho Costa
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