O rosto carcomido
A saia preta
O lenço atado à nuca
O ar cansado
A mão que se moldou
Afeita à luta
Que lhe travou o cabo da enxada.
A manta onde se enrola
Feita de trapo
A arca onde guarda o pão do tempo
O chão feito de terra
Aonde acende
O fogo que lhe queima o pensamento.
A bilha negra de barro
Que às vezes mata
A sede que vem da alma nas tardes quentes
Quem sabe que se estilhaça nas noites frias?
E a teima dos sonhos mortos que lhe renascem
Nos campos onde a fadiga cria raízes
Quem sabe que os amortalha todos os dias?
Soledade Martinho Costa
Do livro «A Palavra Nua»
Foto: Paulo Augusto Patoleia
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