Não gostava de morrer
Nos braços da madrugada
Quando o sol no céu se apronta
A debruar com um beijo
O nome desta cidade.
Preferia morrer de noite
Quando o silêncio é total
E esta luta que se trava
A respirar nos minutos
Feita de pranto e cansaços
São a promessa real.
Quando há corpos combatentes
Que desistiram de amar
E há sombras que se divisam
A voltar costas à vida
Numa luta desigual.
Preferia morrer de noite
Na minha forma de estar
Levar comigo o meu nome
E os sonhos que teci
Sem perguntas, sem respostas
Sem os versos que escrevi
Perdido do planeta
O condão de perdoar.
Preferia morrer de noite
Quando o escuro é solidão
Quando a saudade me chama
E me aportam à lembrança
Retratos de tantos rostos
Daqueles que foram meus.
Mas rogar a quem sustém
A minha mão entre as suas
Que acenda um círio na terra
Ao pé de uma rosa branca.
Que a terra que muito amei
Volte a ser minha morada
Volte a ser a minha porta
Volte a ser a minha cama.
Meu corpo vestido apenas
Com a palavra de Deus.
Soledade Martinho Costa
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