Eu sou Maio, o mês das Mães
Mês das rosas, mês dos ninhos
E visto os trabalhos duros
Não me darem ralação
Sou eu quem atesta os vinhos
Apanha os linhos maduros
Limpa a vinha do pulgão.
Quinta-Feira de Ascensão
Apanho um ramo de «Espiga»
Enquanto de Norte a Sul
Volto aos tempos de pagão
Lembrando as «Maias» floridas
Com topázios de giesta
A cumprir praxes e cultos
Que a voz do povo lhe empresta.
Sou eu também quem retira
Das copas das cerejeiras
Até aqui resguardadas
Os abrigos que as protegem
Já sem medo das geadas.
Chego feliz, deslumbrado
Com o afecto profundo
Dos amigos que me esperam
Em todo o lado do mundo.
Por isso, no dia um
Mal aporto de viagem
Eis-me a ditar a mensagem
De Esperança e Fraternidade
Que trago aos trabalhadores.
Presto assim minha homenagem
Ao seu esforço, ao seu labor
À canseira do seu braço.
A todos com meu abraço
De Amor e de Comunhão
Faço ver que trabalhar
É sinónimo de pão.
E desde o homem do campo
Ao homem que anda no mar
Desde o operário ao poeta
Que escreve o que o povo canta
A todos rendo louvor
No grito que me agiganta.
Sou o Primeiro de Maio
Dia do Trabalhador!
E seja lá onde for
Com respeito e gratidão
Deito nas mãos calejadas
Mãos cansadas, mãos amigas
Rosas brancas desfolhadas
A perfumar-lhe as fadigas.
Entretanto, um após outro
Gasto os dias que me restam
Chego ao fim do meu mandato
E à hora da despedida.
Então, fiel, conformado
Cumpro à risca o meu contrato:
Digo adeus, vou de partida.
Quanto às palavras que deixo
Firmadas pelo meu punho
Só peço que as não olvidem.
E lá sigo em retirada
Ainda a tempo de ver
Pontual na chegada
Meu irmão o mês de Junho.
Soledade Martinho Costa
Do livro «Maio - os 12 Irmãos»
Ilustração do pintor António Pimentel
DATAS
Calendário Religioso - 3 - Invenção da Santa Cruz. Em Monsanto (Beira-Baixa) celebra-se neste dia a tradicional Festa das Cruzes. Segundo a lenda, os Mouros sitiaram Monsanto durante longo tempo, originando que os mantimentos escasseassem assustadoramente. O povo lembrou-se então de alimentar a única vitela que possuía com o trigo que lhe restava, atirando em seguida o animal das muralhas abaixo. Este, ao cair, rebentou, mostrando nas entranhas o trigo comido. Julgando haver abundância de alimentos, os Mouros teriam desistido do cerco, abandonando a região.
Calendário da Nossa História - 28 (1903) É inaugurada a iluminação eléctrica na cidade de Lisboa.
Calendário da História Universal - 2 (1519) Quase ignorado, morre no Castelo de Cloux (Amboise), em França, Leonardo de Vinci, extraordinário pintor da Renascença, que foi também um eminente cientista, literato, físico, músico e arquitecto. Os seus quadros, entre os quais se contam «A Última Ceia» e a célebre «Gioconda», também conhecida por «Mona Lisa», são hoje considerados relíquias sem preço. Encontram-se na Galeria Nacional de Londres e nos Museus do Louvre e do Vaticano.
Efemérides - 10 (1913) Nasce em Lisboa o actor e declamador João Villart.
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