Sou membro recente do grupo fechado «Alverca – Praça Virtual» do FB, onde tenho publicado os mesmos textos que publico aqui, no meu blog Sarrabal, e na minha página do Facebook. Trata-se, como sabem, do caso escandaloso da Rua Joaquim Sabino Faria, em Alverca do Ribatejo, onde moro, relacionado com a construção de imóveis de 5 pisos mais um, dando origem à demolição das antigas e bonitas moradias ali existentes. Isto, à revelia e não respeitando o RGEU (Regulamento Geral das Edificações Urbanas) nem a ARU (Áreas de Reabilitação Urbana) ou seja, a Proposta de Delimitação da Área de Alverca do Ribatejo. O assunto já tinha sido ventilado na «Praça Virtual», mas, segundo parece, criou novo fôlego, depois das citadas publicações.
Devo dizer, que vim morar para a Rua Joaquim Sabino Faria, com os meus pais, tinha 10 anos de idade. E vim morar, precisamente, para uma das moradias que são, neste momento, motivo de preocupação para quem não quer que Alverca do Ribatejo antiga seja deitada para o lixo. Têm sido dezenas e dezenas os likes e os comentários feitos no Grupo Alverca - Praça Virtual, quer por pessoas nascidas e residentes em Alverca do Ribatejo, quer por quem sente o problema como algo que deve ser ventilado, debatido e embargado, dadas as irregularidades e consequências de toda a ordem que o projecto suscita.
Também eu fui cliente da loja da Dona Georgina (uma das moradias deitadas a baixo). Também eu conheci bem os seus dois filhos desde garotos. Também eu conheci a irmã mais velha do Arnaldo (quem se lembra do taxista mais conhecido da vila, com carro na praça de táxis, juntamente com o seu colega João?), cuja moradia foi agora demolida. Também eu me lembro da rua não ser alcatroada. Da água ser vendida, porta a porta, por pessoa de Alverca, em bilhas de barro, para beber, como hoje se compra a água do Luso engarrafada. Semanalmente, vinha também uma camioneta de caixa aberta, pejada de bilhas de barro com água de Caneças, por esse tempo muito creditada. Entregava-se a bilha vazia e recebia-se em troca outra cheia Também eu me lembro da inauguração da luz eléctrica na vila. E do Senhor Regedor Caracol, por esses tempos a autoridade máxima da terra. Também eu sou proprietária de uma dessas moradias, totalmente remodelada no interior e preservada no exterior. Há quem gabe o perfume das minhas rosas no jardim, a florir numa roseira da qual já perdi a conta aos anos.
Nessa moradia reside o meu filho, a minha nora e os meus quatro netos, ocupando o rés-do-chão e o primeiro andar. Como engenheiro civil, o meu filho faz parte da Comissão que lidera esta contestação, juntamente com outros elementos, um deles advogado. Sobre os resultados não posso, por enquanto, adiantar mais. Sei, sim, que tudo está a correr bem.
Li, num dos comentários que me dirigiram na «Praça Virtual», que «se uma das moradias fosse minha e me desse lucro, decerto não contestaria». Não conheço a pessoa em causa, mas pode verificar agora como estava enganada! Há sempre quem discorde do que é justo e só pense no lucro. Não é o meu caso. Não trocava a casa onde vivi, e me traz tantas e tão felizes recordações, nem por um imóvel de 10 pisos! O meu filho é da mesma opinião. Deixo-vos mais uma imagem da destruição ambiciosa, negociada com a má fé que norteia a falta de cultura, de honestidade e de respeito pela memória colectiva dos Alverquenses, chamando a atenção para os tapumes, que apontam para a largura desmesurada, que virá a ser a fachada do contestado imóvel.
Soledade Martinho Costa
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