
Aqui está mais um presente para celebrar o aniversário do Sarrabal, desta vez enviado dos Açores. Mais precisamente, da Maia, em S. Miguel, de onde é natural e onde vive quem mo envia: o meu Amigo Daniel de Sá.
Além de se «estrear», recentemente, como bloguista – aconselho, vivamente, o seu blog O Espólio –, o Daniel é autor de muitos e belíssimos livros. Entre as novelas, contos, crónicas, romances, teatro e ensaios, assina, ainda, os poemas que podem ser lidos em livros, diversas publicações e também em blogues. Não muitos, diga-se de passagem.
Trabalhador infatigável da escrita (a receber, continuamente, convites para elaborar obras de carácter histórico e etnográfico sobre os Açores), sensível, amigo do seu amigo e das causas nobres, mas, sobretudo, demasiado modesto, Daniel de Sá foi agraciado no dia 10 de Junho de 2008 com o grau de Oficial da Ordem Infante D. Henrique, em cerimónia realizada em Angra do Heroísmo, Açores – pela primeira vez em separado nas Regiões Autónomas. Exactamente, pelos serviços prestados em prol da cultura, considerando o conjunto da sua obra.
No texto que me enviou dentro desta linda caixa, e que publico já de seguida, está explícita (e com lúcida razão) alguma crítica à forma como em certos blogues se utiliza a linguagem escrita. Mas não se trata apenas disso, não é assim, Daniel? Como eu o entendo! Há «histórias» que magoam. Que deixam marcas, principalmente, quando a injustiça se sobrepõe à inteligência, ao discernimento e à tolerância. O melhor é fingir que nada se passou. Ignorar e passar adiante é um bom remédio, creia. Fica-nos a esperança de que o «bem» possa vencer o «mal».
Resta-me agradecer as palavras bonitas do seu texto e colocar a passadeira vermelha. Caros amigos, eis o escritor Daniel de Sá!
Soledade Martinho Costa
ESCREVER NO NADA
Para quem se escreve?...Para uma mãe?...Para os filhos?...Para os amigos de tertúlia?...Para os ignorantes ou para os cultos?...
A escrita ideal terá em conta que se escreve para todos eles. E não deveria envergonhar quem tem mãe de que ela a lesse. Nem envergonhar os filhos de lerem as palavras da mãe ou do pai. A escrita ideal honra os amigos, instrui os ignorantes e agrada aos cultos.
Gosto do cheiro das letras. Entre a possibilidade do ecrã e da página no livro ou no jornal, prefiro a página. Mas a maior parte da escrita que hoje se faz viaja no espaço virtual. Chega a dar a impressão de que se escreve no nada. Talvez por isso haja quem desça nos blogues à mais baixa condição da expressão humana. Sem respeitar valores éticos ou sentimentos morais. Mas há também os espaços virtuais onde a gente se sente à vontade. Aqueles de que se gosta, porque se gosta de quem os faz e das coisas que neles diz. O «Sarrabal» é um desses. Por isso desejo que viva por muitos mais anos. Para nos ajudar a acreditar que a «Rede» sabe distinguir entre o bem e o mal. E que pode servir para exercícios de cultura, de bom gosto e de amizade.
Um abraço de Sol no mês de Agosto!
Daniel de Sá.
(A seguir: NILS do BLOG DIZ-ME A VERDADE ACERCA DO AMOR)