É verdade. Já passou um ano desde que coloquei o meu primeiro post no Sarrabal. Daí, os parabéns pelo seu primeiro aniversário. Duplo, devo dizê-lo, como irei explicar um pouco mais à frente.
Devo agradecer à equipa técnica do Sapo, ter chegado até aqui com alguns conhecimentos sobre o funcionamento dos blogs – embora continue a aprender. Todos têm sido de uma simpatia notável. Fica outro agradecimento à SiteMeter, pela prontidão em resolver pequenos problemas que são do seu âmbito. Excelente trabalho.
Por falar no contador do SiteMeter, devo dizer também que foi colocado no Sarrabal há perto de cinco meses. Não sei avaliar se é ou não positiva a contagem (ou, mesmo, se será fiável). Aqui ficam os números exactos até ao dia de hoje:
Visitantes: 4.252
Páginas lidas: 7.311
Ignoro o que se passa com os outros blogs. Se calhar, os meus números são reduzidos. Se calhar, não são. A questão é que não sei, nem estou interessada em saber. Para mim, o que verdadeiramente importa, é que tenho leitores e muitos deles leitores fiéis. Tão fiéis que, alguns, chegam ao ponto de visitar o Sarrabal diariamente – por vezes mais do que uma vez ao dia. O que me deixa absolutamente rendida e grata. É possível que muitos destes leitores não saibam como se obtêm tais conhecimentos. Mas o contador faz milagres! Evidentemente, que não conheço os visitantes (era melhor!), mas fica registado o nome das localidades onde residem. São essas localidades, algumas com nomes fora do comum, que fazem com que as decore facilmente.
De um modo geral, isto é, de Norte a Sul é Portugal que vem até às palavras que escrevo, incluindo a Madeira e os Açores. Não são pródigos nos comentários. Isso não. Os portugueses são reservados. Outras vezes, não sabem como devem fazê-lo. Para muitos, não parece tarefa fácil comentar os posts. Mas, na maioria, vêm só para ler. E espanto-me, ainda, quando os visitantes ficam a ler mais de duas horas seguidas bem contadinhas! Outros, cinco minutos chegam para a leitura, ou até menos. Há também quem faça a leitura com intervalos. Bom, e há aqueles que, sendo focados nos posts, agradecem pelo telefone. E os outros, os que contactam por email. Uns e outros sem fazerem comentários no blogue! Aqui fica a minha gratidão para todos eles. Principalmente, para os que me têm deixado escritas (ou dito) palavras simpáticas, enaltecendo o meu trabalho. Amigos, faço o melhor que sei!
Depois, outro espanto (nem falo nos visitantes do Brasil, quase tantos como os portugueses!). Falo dos visitantes que chegam ao Sarrabal vindos dos quatro cantos do Mundo (obrigada SiteMeter!): Argentina, Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Islândia, Itália, Indonésia, Japão, Luxemburgo, Luanda, Moçambique, México, Noruega, Suiça, Suécia, Tailândia, Kénia e Venezuela, entre outros países.
E pronto. Vamos lá, então, partir o bolo e cantar os parabéns!
Soledade Martinho Costa
OUTRO ANIVERSÁRIO
Foi no dia 23 de Julho de 2007 que coloquei aqui, no Sarrabal, o primeiro post a lembrar que esta era a data do aniversário de Amália Rodrigues.Se fosse viva, Amália completaria hoje 88 anos.
Falar de saudades, da sua voz, da sua humanidade, da sua simplicidade, creio que será repetir o que todos os portugueses sabem de cor. Dizer que Amália era uma mulher extraordinariamente inteligente, sensível, culta, a grande Embaixatriz do Fado no estrangeiro – lugar que nunca lhe será usurpado –, também não merece a pena; todos nós sabemos isso. Enaltecê-la como Poetisa, como Mulher e Figura Pública muito amada, nada vai adiantar.
Tenho nas minhas mãos uma fotografia que Amália me ofereceu uma noite em sua casa. Nela escreveu estas palavras: «Para uma romântica, de outra romântica e solitária – Amália».
Não me perguntem porque razão Amália teimava em achar-me romântica. Talvez fosse pela forma de falar. De pensar e de acreditar nos outros. Sim. Talvez fosse por isso.
O que fica da dedicatória é a outra palavra, a mais importante e significativa: «solitária». Era assim que Amália se sentia. Muito mais solitária, certamente, se sentiria no dia de hoje, se fosse viva.
Repito o que escrevi há um ano atrás (juntando um novo poema):
Para si, Amália, fica o poema que lhe dedico neste dia.
Com a admiração, a saudade e a amizade de sempre.
ATÉ AO FIM DE MIM
Guitarra Portuguesa
De corpo e alma
Estou na tua frente
De corpo e alma e tua
Eis-me aqui.
Mas sem trazer comigo
Das palavras
As que te conte
As vezes que morri.
De corpo e alma
Estou na tua frente
À espera de te ouvir
Dizer porquê.
A razão desta mágoa
Deste canto
Desta voz que me deste
E reparti.
Que foi pela tua mão
Eu sei que foi
Que a vida me escolheu
E me mostrou
Uma estrada onde o fado
A mim prendi
Na solidão do meu nome
E de quem sou
Com franjas de mistério
E de destino
No xaile todo negro
Que vesti.
De corpo e alma
Estou na tua frente
A oferecer-te os meus passos
Já cansados
Que não de sonhos
Nem de fé em ti.
De corpo e alma e tua
Eis-me aqui
À espera do que diga
E do que faça;
Ser eu inteira
Até ao fim de mim.
Soledade Martinho Costa