
No olhar moreno deste povo
Li a ternura imensa
Sem disfarce
A dar-se inteira à glória desse dia
Ainda perto
(Ou longe, quem o sabe…).
Que sereno e em liberdade
O seu sorriso
Era o leme da força que separa
A condição dos homens
E faz
Diferente agora este meu povo.
Meu povo que se ergueu e que caminha
Ao encontro da vida e da vontade
De mão na mão
De todo não desperto
Que o vento breve de um espanto
Ainda o percorre.
Canto sublime de um tempo prometido
Que não o traz vergado
Mas antes sim
Erguido
Como um gigante sustendo a tempestade.
Soledade Martinho Costa
Do livro “A Palavra Nua”