
No olhar moreno deste povo
Li a ternura imensa
Sem disfarce
A dar-se inteira à glória desse dia
Ainda perto
(Ou longe, quem o sabe…).
Que sereno e em liberdade
O seu sorriso
Era o leme da força que separa
A condição dos homens
E faz
Diferente agora este meu povo.
Meu povo que se ergueu e que caminha
Ao encontro da vida e da vontade
De mão na mão
De todo não desperto
Que o vento breve de um espanto
Ainda o percorre.
Canto sublime de um tempo prometido
Que não o traz vergado
Mas antes sim
Erguido
Como um gigante sustendo a tempestade.
Soledade Martinho Costa
Do livro “A Palavra Nua”
De
rvn a 24 de Abril de 2008 às 21:13
sol,
Bonitas palavras, claro, mas de uma edição já não recente, pelo que vejo. Pois eu cá tenho curiosidade de ver o que mudou na sua maneira de ver Abril, coisa que só poderia aferir lendo uma sua nova produção sobre o mesmo tema. Não quer pensar nisso? Era benvinda, a poesia... Eu cá publicava-a com gosto.
Cumprimentos (e fico à espera, vamos)
rvn
De
sarrabal a 24 de Abril de 2008 às 21:51
RVN:
Estes três versos, penso, já dão para avaliar como vejo Abril ( ou já via na altura) :
«Desse dia/Ainda perto/ (Ou longe, quem o sabe.»;
«Canto sublime de um tempo prometido»;
«Erguido/ Como um gigante a suster a tempestade.»
Não me diga que não sabe a que tempestade(s) me refiro...
Mas o desafio fica. Quem sabe se não terá uma surprêsa um dia destes?
Saudações da Sol
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