E assim se passaram 12 anos de vida do Sarrabal! Grata aos leitores que continuam a visitar este blogue. É certo que já não é o que era, mas, tenho pena de lhe pôr fim. Por enquanto, vamos continuando. O meu obrigada, mais uma vez, saúde e felicidades para todos - neste dia de mais um aniversário !
Soledade Martinho Costa
Há já muitos anos, foram plantadas umas dezenas de laranjeiras de laranja amarga num dos passeios da Rua Joaquim Sabino Faria, em Alverca do Ribatejo. A ideia foi a de substituir as árvores ali existentes (de que não sei o nome) e que davam umas flores arroxeadas. Algumas dessas árvores ainda subsistem num passeio ou noutro. Se causavam problemas, era apenas devido à queda das flores, já murchas, que os varredores apanhavam. Com as laranjeiras os problemas duplicaram. Começamos pela flor: um tormento perfumado para quem sofre de renite alérgica, seguido de um manto florido que tudo cobre: rua, passeios e carros. Segue-se o nascer do fruto e o seu desenvolvimento, até que caia de podre e bolorento no empedrado do passeio, na berma da estrada ou em cima do capô de algum carro. São pisadas pelos nossos pés e pelos pneus dos carros, E a dificuldade que dá retirar da sola dos sapatos, sobretudo dos ténis, os restos das laranjas! Mas quem mais se queixa são os empregados da limpeza! Limpam e tornam a limpar, mas os passeios continuam sujos e o aspecto que dá esse desmazelo, essa sujidade, não abona em favor das entidades responsáveis. Uma vez que só é possível estacionar junto ao passeio das laranjeiras (o outro tem os pilaretes), os donos dos carros ficam de mãos atadas. O mais engraçado, é que depois de tudo isto, agora, que chegou o Verão, e com ele as altas temperaturas, e a sombra das laranjeiras se apresentava como a única das benesses por elas oferecidas a quem ali estaciona o seu veículo (os residentes dessa rua), não é que lhes cortaram as copas completamente?! Parece anedota, mas não é! Os carros, agora, são verdadeiros fornos quando se entra neles. Não poderiam ter podado as laranjeiras daqui por uns meses, quando o tempo estivesse mais fresco?! Quanto às laranjas propriamente ditas, tenho uma solução que me parece ser a única para acabar de vez com a estrumeira ao longo de todo o passeio da Sabino Faria. Quando as laranjas estiverem já formadas, cor de laranja, mas ainda esverdeadas, deviam ser colhidas. Em poucas horas, um ou dois homens, fariam o trabalho. Deixávamos de pisar laranjas ao longo de meses e meses e de ver o triste espectáculo de um passeio quase intransitável. As horas que se perdiam na tarefa de colher os frutos, seriam compensadas pelas horas ganhas pelas empregadas da limpeza das ruas. Sem laranjas podres e bolorentas, ficariam com mais tempo para se dedicarem a limpar o que vai ficando adiado em termos de higiene e que precisa da sua atenção. Mas não é apenas a apanha das laranjas que está em causa. É necessário limpar também, de vez em quando, as suas ramas, devido à sujidade que nelas se acumula e que se deposita depois no chão e, consequentemente, sobre os carros, a retirar todo o brilho às suas belas folhas verdes e perenes. Com a eficaz gerência (ou obrigação) da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (responsável por todos estes inconvenientes!) teríamos, isso sim, uma verdadeira Alverca do Ribatejo, «Cidade Verde», mas cuidada, limpa – a merecer o slogan com que a apelidaram.
Soledade Martinho Costa
Homem do mar
Estátua de bruma
És rede e barco
Gaivota e marco
De terra e onda.
Pedra do sal
Do teu pescado
Corpo casado
Com remo e vento.
Rota, farol
Deus, fé e prece
Porque não esquece
Pão, medo e prole.
Soledade Martinho Costa
Do livro «Reduto»
. ANIVERSÁRIO DA MORTE DE N...
. VARINAS
. VERSOS DIVERSOS - O CONSE...
. LEMBRAR ZECA AFONSO - 37 ...
. A VOZ DO VENTO CHAMA PELO...
. CARNAVAL OU ENTRUDO - ORI...
. REGRESSO
. 20 DE JANEIRO – SÃO SEBAS...
. UM OLHAR SOBRE A PAISAGEM...
. AS «JANEIRAS» E OS «REIS»...
. BLOGUES A VISITAR