Eu sou Maio, o mês das Mães
Mês das rosas, mês dos ninhos
E visto os trabalhos duros
Não me darem ralação
Sou eu quem atesta os vinhos
Apanha os linhos maduros
Limpa a vinha do pulgão.
Quinta-Feira de Ascensão
Apanho um ramo de «Espiga»
Enquanto de Norte a Sul
Volto aos tempos de pagão
Lembrando as «Maias» floridas
Com topázios de giesta
A cumprir praxes e cultos
Que a voz do povo lhe empresta.
Sou eu também quem retira
Das copas das cerejeiras
Até aqui resguardadas
Os abrigos que as protegem
Já sem medo das geadas.
Chego feliz, deslumbrado
Com o afecto profundo
Dos amigos que me esperam
Repartidos pelo mundo.
Por isso, no dia um
Mal aporto de viagem
Eis-me a ditar a mensagem
De Esperança e Fraternidade
Que trago aos trabalhadores.
Presto assim minha homenagem
Ao seu esforço, ao seu labor
À canseira do seu braço.
A todos com meu abraço
De Amor e de Comunhão
Faço ver que trabalhar
É sinónimo de pão.
E desde o homem do campo
Ao homem que anda no mar
Desde o operário ao poeta
Que escreve o que o povo canta
A todos rendo louvor
No grito que me agiganta.
Sou o Primeiro de Maio
Dia do Trabalhador!
E seja lá onde for
Com respeito e gratidão
Deito nas mãos calejadas
Mãos cansadas, mãos amigas
Rosas brancas desfolhadas
A perfumar-lhe as fadigas.
Entretanto, um após outro
Gasto os dias que me restam
Chego ao fim do meu mandato
E à hora da despedida.
Então, fiel, conformado
Cumpro à risca o meu contrato:
Digo adeus, vou de partida.
Quanto às palavras que deixo
Firmadas pelo meu punho
Só peço que as não olvidem.
E lá sigo em retirada
Ainda a tempo de ver
Pontual na chegada
Meu irmão o mês de Junho.
Soledade Martinho Costa
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