Um grotesco chapéu
Posto sem arte
Um vestido sem cor
No corpo magro
E uma data
Perdida além do tempo
No jornal que espreitava pelo saco
Sempre agarrado à curva do seu braço.
Alcunhavam-na de louca
E o rapazio
Atirava-lhe pedras e chalaças.
Mas perante o escárnio e o desdém
Os seus gestos
Eram firmes e serenos
Pese a profunda abstracção
Dos outros e de si
A marcar o desinteresse
Em sua face..
Mal a noite caía
Ela chegava
No seu passo hesitante
Quase a medo
Ao recanto mais escondido do jardim.
E ali ficava
Submersa pelas sombras
Nesse jeito suspenso
De quem espera
Um encontro marcado com alguém.
Não sei se adormecia
Se sonhava
Apenas sei que mal a madrugada
Vinha acordar de Sol o seu segredo
Ela partia
Sabendo que voltava.
Soledade Martinho Costa
Do livro a publicar «Um Piano ao Fim da Tarde»
Foto: Tatiana
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