Domingo, 26 de Janeiro de 2014

ONDE OS POEMAS

 

Que caminhos busquei

Que mos negaram

Que muros tacteei

Que mos ergueram

Que mundos descobri

Que mos calaram

Que algemas me impuseram

Que as vesti.

 

Em que espelhos

Revi a minha fronte

Em que sonos dormi

O meu cansaço

Em que chão

De escravos e de donos

Coloquei os poemas

Com que dantes

Meu punho virgem

Vestia de miragens.

 

Em que céus

De fábulas e contos

Em que sonhos

Crenças e vontades

Respiro ainda o milagre

Com que faço

Resplender

Com a luz dos diamantes

A escuridão

Dos dias calcinados.

 

Soledade Martinho Costa

 

publicado por sarrabal às 20:40
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Sábado, 18 de Janeiro de 2014

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE - LOULÉ

 

Fui visitar Nossa Senhora da Piedade à sua capela, em Loulé (Algarve). Levei-lhe flores e velas – e tirei-lhe este retrato!

 

 

A primitiva capela de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé, foi edificada em 1553, no cimo de um outeiro, tendo ficado parcialmente destruída com o terramoto de 1755. Quando da sua recuperação em 1760, foram significativas as alterações a que foi sujeita, tanto no seu interior como no exterior. Datam dessa época as pinturas do tecto e o actual retábulo, atribuídos ao entalhador louletano João da Costa Amado. O douramento foi efectuado em 1764, supostamente, pelo pintor e dourador Diogo de Sousa e Sarre, que terá estofado ainda a imagem da padroeira. Trata-se de uma escultura em madeira, de pequenas dimensões (90cmx40cm), executada nos finais do século XVI ou inícios do século XVII. Nos finais do século XIX, com a reformulação da fachada principal, procedeu-se à execução de dez painéis figurativos nas paredes laterais da capela-mor e da nave, pintados sobre estuque, com cenas da Paixão de Cristo, trabalho da autoria do pintor farense José Filipe Porfírio.

 

Esta obra pictórica foi, ao longo do tempo, completa e lamentavelmente danificada pelo fumo das velas acesas no santuário mas, principalmente, pelos nomes e frases escritas pela mão de visitantes portugueses e estrangeiros, sobre as belíssimas pinturas, numa atitude de absoluto desrespeito pela arte e antiguidade que representavam. Esse facto levou ao encerramento da capela ao público durante alguns anos. Nos meados do século XX tem início a construção de um novo templo de grandes e modernas dimensões no mesmo local. (Como mostra a foto acima).

 

A capela primitiva, actualmente reconstruída (e, deseja-se, preservada de quaisquer vandalismos no que respeita às pinturas entretanto restauradas), encontra-se de novo aberta ao culto dos fiéis.

 

 

 A primitiva capela de Nossa Senhora da Piedade, agora reconstruida e aberta ao público

   

 Uma das pinturas, entretanto restauradas.

 

 

 Mais uma.

  

 E outra ainda.

   

Quando da edificação da moderna capela, foi construída a chamada «Casa das Velas». Ali são depositadas as velas dos crentes em louvor da Senhora ou em cumprimento de promessas.

 

  

A «Casa das Velas».

 

Popularmente designada por Mãe Soberana de Loulé, as festividades em louvor de Nossa Senhora da Piedade, uma das mais expressivas e singulares manifestações religiosas do Algarve, articula-se de duas formas distintas: a religiosa, no culto da fé, e a profana, na exuberante e liberal manifestação do povo. Primeiramente tem lugar a chamada «Festa Pequena», que consiste em trazer a imagem da Senhora, no Domingo de Páscoa, desde a sua ermida, no Cerro da Piedade, para a Igreja de São Francisco. Este cerimonial antecede a «Festa Grande», que se realiza quinze dias depois. Durante essa quinzena, a Mãe Soberana é exposta à devoção dos fiéis, que lhe rendem culto com vigílias, novenas e sermões. A «Festa Grande» dá-se quando a padroeira dos Louletanos regressa ao seu santuário, situado bem lá no alto, no monte santo, de onde se avista todo o concelho de Loulé.

 

Soledade Martinho Costa

 

(Fotos protegidas ao abrigo do código do direito de autor)

publicado por sarrabal às 19:08
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Quinta-feira, 2 de Janeiro de 2014

CALENDÁRIO - JANEIRO

 
Uiva a fome do lobo
Ao rés da alcateia.

A terra
Embala ao seio
O sono das sementes
Há cheiros
E rumores
De nozes e avelãs.

Janeiro
Acorda o canto
Das bicas do azeite.

Percorrem os Reis Magos
A coroa das romãs.
 
 
Soledade Martinho Costa
 
publicado por sarrabal às 00:35
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