Luís Represas
Aprendi, há já uns tempos, a fazer vídeos, graças à Pcmédic, cujos informáticos são de uma simpatia, solicitude e competência extrêmas. Por 4 euros mensais, tenho apoio técnico a qualquer hora do dia ou da noite. Isto é, 24 sobre 24 horas. Bastou dizer que queria aprender a fazer vídeos (com os meus poemas, cantados por algumas vozes conhecidas) e contei logo com a ajuda de vários «professores». E pronto, aprendi.
Começo hoje pelo Luís Represas com a canção «Ando em Busca das Palavras». Até agora conto com 9 vídeos feitos. Artesanais, naturalmente. Aliás, o programa que tenho instalado no meu computador não é dos melhores... Não serve de desculpa, mas de esclarecimento. Devo acrescentar que adoro fazer este trabalho: juntar as imagens às palavras e à música.
Aqui fica, esperando que gostem. Com a promessa de ir postando os restantes.
Soledade Martinho Costa
Correu recentemente no Facebook uma petição pública para o não abate do cão, arraçado de pitbull, que matou, há dias, uma criança de 18 meses. Pessoalmente, nunca assinaria tal petição – e não há ninguém que goste mais de animais do que eu. Esta raça de cães (pitbull, doberman, rottweiler) é demasiado perigosa, mesmo que educados e vigiados pelos donos. Há já mortes demasiadas a lamentar: adultos e, sobretudo, crianças. O seu instinto agressivo e ímpeto imprevisto, fazem destes animais um perigo iminente para quem os mantém em casa – ou mesmo fora dela, num jardim ou numa propriedade. Sem falar naquelas pessoas que nada têm a ver com eles e acabam sendo vítimas da sua ferocidade.
Escreveu o escritor Miguel Miranda, num comentário feito a um post publicado no Facebook pela historiadora Irene Pimentel, a respeito deste complicado e controverso assunto, «que ter um cão destes em casa é como ter uma bomba prestes a explodir». Concordo com ele. O instinto feroz e o temperamento instável destes animais, não podem ser controlados por nada nem por ninguém. Porque nada nem ninguém pode prever quando e porquê um animal desta raça pode ter uma reacção agressiva ou assassina. Mas não se culpe o cão: ele age de acordo com as características da sua índole, da sua natureza selvagem, do seu instinto e do seu temperamento perigoso e imprevisível. Pode argumentar-se: até um gato, um cavalo, um galináceo, ou outro bicho qualquer – mesmo uma ave de gaiola – pode ter uma reacção agressiva. Pois pode. Simplesmente, não são considerados animais perigosos. No caso que me leva a escrever estas linhas, sim, trata-se de um animal que não deixa de ser a fera que é, apesar de domesticada. Porquê insistir, então, quando acontece uma morte provocada por esta raça de cães, que a culpa cabe inteirinha aos donos dos animais? Na minha opinião, a culpa que lhes cabe é, isso sim, a de possui-los! Estes cães são, sem dúvida, verdadeiras feras. Comparáveis, talvez, aos leões do circo: domesticados, mas que, de vez em quando, lá arrancam um braço ou uma perna ao domador – ou quando não o matam…
As condições em que vivem estes animais, a maioria deles fechados em apartamentos, contribuirá, naturalmente, para o seu nervosismo, insatisfação e ímpeto feroz.
Penso que será uma questão de moda, de auto-afirmação social – ou de outra coisa qualquer, mais secreta –, o facto de se ter um doberman, um pitbull ou um rottweiler. Por estas e por outras, vou contar-vos o que está a acontecer com uma amiga minha que tem casa num condomínio no Algarve onde vai, frequentemente, durante todo o ano, passar temporadas para descansar e apanhar Sol.
Recentemente, o apartamento que fica por baixo do seu foi alugado por um jovem casal. Local sossegado, logo o desassossego e o medo se instalaram quando o ladrar atroador de um cão começou a ouvir-se noite e dia. Um pitbull viera morar com os donos no pequeno T/1, com uma varanda, também ela de reduzidas dimensões. Sozinho dias inteiros, num visível nervosismo que o faz ir da varanda até à porta da rua, atravessando o pequeno apartamento, ninguém mais conseguiu descansar no referido condomínio. Principalmente, as duas famílias com crianças pequenas: 7, 5 e 2 anos de idade. Tementes pela segurança das crianças, os pais mal as deixam sair a porta de casa.
Aqui, não resisto a colocar a pergunta: que interesse ou utilidade representará, para este casal, ter no seu apartamento um cão, potencialmente perigoso e barulhento, se o deixam sozinho o dia inteiro?! Não será, certamente, para lhes fazer companhia ao serão…
A minha amiga já tentou de tudo: Câmara Municipal, Protecção dos Animais e GNR. Não existe lei que impeça este estado de coisas. Independentemente de ser um animal perigoso, não há lei que proíba a sua permanência num apartamento de diminutas dimensões. Pode-se ter até dois cães (sejam ou não de raça perigosa) ou três gatos em casa, seja ela pequena ou grande. No caso deste animal, se não tiver chip, vacinas em dia e seguro, os donos terão de pagar as respectivas multas: 500 euros por cada falta. Mas não é isso que interessa à minha amiga. O seu desejo é voltar a usufruir do sossego, da tranquilidade e da segurança em que tem vivido até hoje, na sua casa, e a que tem pleno direito.
O dono do apartamento onde se encontra o pitbull (que vive em Lisboa, longe do problema), afirma que a renda paga por estes inquilinos representa um rendimento mensal de que não deseja abdicar. Por outro lado, não está referida em acta do condomínio qualquer proibição relacionada com a permanência, nos apartamentos, de animais que representem perigo para os demais condóminos ali residentes. A ideia será fazer-se uma reunião, de modo a ficar em acta essa proibição – a questão que se coloca, é que o pitbull já lá está como «inquilino»!
Diz ainda o escritor Miguel Miranda no seu comentário: «Não se pode fazer barulho de noite ou ter música alta a horas tardias, mas acha-se que se pode ter um cão que pode uivar ou ladrar toda a noite!» E dia, acrescento, se me der licença.
Também o jornalista Francisco Belard comentou o referido post: «Milhares de assinaturas para impedir o abate de um cão que matou uma criança…não me parece atitude normal». Nem a mim.
Conheço o caso de alguém que possui dois rottweiler na sua propriedade. Estão ambos metidos, cada um deles, numa jaula com grades de ferro. Ora, pergunto eu, de que servem estes animais a esta pessoa?! Para ver animais metidos em jaulas, não seria mais sensato para o dono destes dois cães dar um passeio até ao Jardim Zoológico de Lisboa? Certamente que sim. Caber-lhe-ia menor responsabilidade cívica – além de lhe ficar muito menos dispendioso.
Soledade Martinho Costa
Nesta hora sem tréguas
Não se dorme
Em luta
O tempo urge
E é sempre pouco
E mais
Se a razão estala
E o sangue é novo.
Da experiência de muitos
Fez-se a troca
Sem armas e sem mortes
Mas gloriosa
Somente pela certeza da resposta.
Se tudo o que nasceu
Não chegou longe
Que se aproveite então este momento
Há-de valer a pena
Sermos todos por um
E um por todos.
E tu, minha vontade
Aonde louvo
A força desta luta
A que pertenço
Se alguém te perguntar
De onde vens
Responde-lhe de logo
Venho do povo.
Soledade Martinho Costa
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