Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2010
Conhecia o Editor Francisco Lyon de Castro apenas de o ver na Televisão ou de ler as suas entrevistas nas revistas ou nos nos jornais. No dia do nosso encontro, assim que chegou, cumprimentou-me estendendo a mão: «Soledade Martinho Costa?», inquiriu. Senti-lhe a força, o poder, a plenitude da sua energia. E logo outra pergunta, directa, incisiva, com laivos de autoridade: «Que me diz da literatura infantil estrangeira?». Só tive uma resposta: «Julguei que vínhamos falar da literatura infantil portuguesa.» Mal acabei a frase. Volta a estender-me a mão: «Tive muito prazer.» e saiu do gabinete.
Virei-me para o sobrinho, Eduardo Lyon de Castro: «Acho que estraguei tudo.» disse. Respondeu: «Talvez não.» E tinha razão. Dois ou três dias depois, novo telefonema. Agora o encontro seria com Tito Lyon de Castro, filho do Editor.
Desta vez não houve atritos. Queriam fazer-me um convite: reeditar os livros por mim publicados em edição de autora, ficando a seu cargo a distribuição dos exemplares ainda existentes. Foi-me entregue um contrato para ler e assinar. Levei-o à Sociedade Portuguesa de Autores. Foi lido e aprovado por Luís Francisco Rebelo, nessa altura presidente da SPA. No contrato ficava obrigada a entregar na editora os originais que viesse a escrever. Daí, ter todos os meus livros para crianças publicados na Europa-América – treze títulos originais, quatro álbuns adaptados da literatura universal (a pedido da Editora) e outros três reunindo contos de todo o mundo (por proposta minha). De fora ficaram uma peça de teatro (Figueirinhas), um livro cujos direitos de autora ofereci ao CEBI (instituição de solidariedade social existente em Alverca do Ribatejo) e outros quatro, numa edição exclusiva para a Fundação Calouste Gulbenkian.
Mas não se pense que o episódio com Francisco Lyon de Castro foi o único. Não. Seguiram-se mais dois. Um deles, devido a uma palavra que apareceu na reedição de um dos meus livros, escrita de maneira diferente daquela que usei. A «discussão» meteu dicionários. Lyon de Castro chegou ao ponto de me dizer: «Acabou-se. Já não publico mais nada seu!» Mas a minha opinião prevaleceu. Eu tinha razão. Deu-ma no último telefonema que trocámos nessa tarde. Na reedição seguinte a palavra havia sido corrigida.
Com a entrada de um jovem português vindo de Inglaterra para ocupar o cargo de revisor literário na editora, surge nova «tempestade». Agora com «granizo, trovoada e ventos ciclónicos» (principalmente, da minha parte)! Muitos dos meus textos tinham sido alterados, apresentando o trabalho várias falhas, graves e abusivas. «Sabe o que implica o que me pede?» perguntou. Respondi: «Em qualquer obra literária, não se toca nem numa vírgula sem a autorização do autor». Foi assim que os livros já distribuídos, de uma tiragem de seis mil exemplares, foram retirados das livrarias para serem corrigidos. Prejuízo sim, mas salvou-se a obra e o meu nome. Francisco Lyon de Castro foi exemplar.
Estabeleceu-se entre nós grande amizade. Convidava-me para almoçar, ou para «conhecer» alguma nova máquina adquirida para a Gráfica Europam. Sentei-me à sua mesa, com a esposa, Euníce, a seu convite, em Tróia num jantar de escritores, e no jantar de encerramento de um dos Congressos de Escritores Portugueses. Fui uma das pessoas presentes, entre meia dúzia de convidados, no almoço que ofereceu, quando completou oitenta anos. E no jantar dos quarenta anos da Editora, que se realizou na FIL. Presente estive também em todos os lançamentos importantes, com a chancela das PEA, quase todos efectuados no Hotel Tivoli.
Quando lhe fiz a proposta para iniciar uma colecção de autores portugueses para a infância, aceitou. «Uma lança em África!», afirmou alguém. Foram editados Maria Rosa Colaço, Pedro Alvim, Maria Eugénia Neto, Alice Vieira e José Jorge Letria. Os ilustradores foram Teresa Dias Coelho, Catarina Rebelo. António Domingues e Filomena Coquenão. Para minha pena, a colecção acabou devido ao facto de os livros «não atingirem o número ideal de vendas».
Francisco Lyon de Castro deu-me todo o apoio quando da minha «luta» nos jornais (e por outros meios) visando a representação de muitos escritores portugueses (alguns galardoados), marginalizados das bibliotecas das escolas do Ensino Básico.
Um dia, disse-me: «Estou farto que todos digam que é preto, se digo que é preto, quando é branco!» E de uma outra vez, com orgulho: «Na minha editora nunca houve uma greve. Por alguma razão será, não acha?».
Eu achava. O funcionamento e a disciplina provinham de toda a capacidade e dinâmica de um homem exigente, atento, empreendedor. Mas que também demonstrava respeito e amizade pelos seus colaboradores e funcionários. Mandara fazer nas instalações da Editora uma cantina, onde tomavam diariamente refeições cerca de duzentas pessoas. O transporte para parte delas era assegurado por dois autocarros, adquiridos para esse fim – regalias que Lyon de Castro tinha orgulho em referir.
Numa das suas livrarias, assisti ao seguinte: estávamos no fim do dia e as caixas tinham encerrado. Lembro-me que tivemos uma reunião para decidir pormenores da minha colecção «Quatro Estações». Francisco Lyon de Castro precisou de uma esferográfica. Retirou-a de uma das prateleiras, viu o preço, dirigiu-se à caixa da entrada, escreveu um papelinho para a funcionária, quando chegasse na manhã seguinte, e colocou por cima dele o dinheiro da compra da esferográfica. Disse-me: «Tem de ser assim, para dar o exemplo».
Opositor do regime de Salazar, foi preso várias vezes, tendo passado pelas cadeias do Aljube, Peniche e Caxias. Deportado para a ilha açoriana da Terceira, cumpriu ali, na Fortaleza de São João Baptista, uma pena de cerca de cinco anos. Depois do 25 de Abril, ocupou cargos públicos de vulto, recusando receber remuneração. Em 1975 é condecorado com a Ordem Nacional de Mérito da França, pelo Presidente François Mitterrand, e com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade, pelo então Presidente António Ramalho Eanes. No ano 2000 recebe do Governo francês o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. Morre em Abril de 2004 com oitenta e nove anos.
Era este o meu Editor. Era este o meu Amigo. Foi esta a homenagem que resolvi prestar-lhe neste blog. Pena serem somente as palavras de uma simples crónica. Francisco Lyon de Castro merecia muito mais. Tudo ficou por dizer. Deixo-lhe a minha admiração e a minha saudade. Para sempre.
Soledade Martinho Costa
Domingo, 24 de Janeiro de 2010
Comecei a escrever para crianças (depois do meu primeiro livro de poesia) por sugestão de Isabel da Nóbrega, na altura companheira de José Saramago, também ela autora para a infância. Em conversa, na Associação Portuguesa de Escritores, disse-me: «Porque não começa a escrever para crianças? Somos poucos (nem seriam) e os livros infantis são tão importantes!»
Segui o conselho. Em casa escrevi para os meus filhos. Resultou. Continuei a escrever e já com dois textos terminados (elaborei uma colecção) resolvi contactar a Editorial Verbo. Fui recebida por Manuela Couto Viana, por essa época a dirigir as várias colecções infantis da Editora. Que sim, o trabalho agradava, mas teria de esperar algum tempo. Eu tinha pressa. Queria ver os dois primeiros livros editados (os restantes viriam depois). Para um autor, esperar é um castigo. Recusei. Manuela Couto Viana alertou: «Ainda vai arrepender-se. A Verbo é uma grande Editora.» E era. E arrependi-me.
Procurei a Plátano Editora, nesses anos voltada para a literatura infantil. Aqui, foi António Torrado quem me recebeu. Ao passar os olhos pelos textos e posto ao corrente da minha ideia, mostrou grande interesse. Marcou-se a data para a publicação e fiquei de assinar o contrato – que começou a tardar em vir parar-me às mãos.
Uma vez mais na Associação Portuguesa de Escritores, ao falar neste projecto, um dos presentes avisou: «Tenha cuidado. A RTP iniciou um programa para crianças parecido com a sua ideia. Veja!» E vi. E chorei.
Tratava-se do Fungagá da Bicharada. E ouvi, na voz de Júlio Isidro, os meus textos, ditos na íntegra, em mais do que um programa – sem o nome do seu legítimo autor: o meu!
Apresentei queixa na Sociedade Portuguesa de Autores. Fui ao Lumiar na intenção de falar com o director do Departamento de Programas Infantis e Juvenis da RTP. Quem era ele? António Torrado! Não merecia a pena voltar à Plátano.
O programa foi suspenso durante semanas. Os meus textos encontrados numa das gavetas da secretária de Torrado: os do primeiro livro, que serviram ao programa, e os do segundo, já destinados para um programa diferente, também ele apresentado por Júlio Isidro. Os meus textos, a minha ideia, tinham «voado» da Plátano para a RTP! Manuela Couto Viana bem me avisou…
Fiquei tão decepcionada com os editores (constatei depois que nem todos eram desonestos), que optei por fazer uma edição de autora. Escolhi a Parceria A. M. Pereira para minha distribuidora.
As coisas correram bem. Publiquei três títulos da colecção e outros dois que não faziam parte dela. Sozinha, tratava de tudo: ilustrações (a cargo de José Cosme e Zé Manel), escolha de papel, tipo de letra, formato do livro, revisão de provas, acompanhamento do trabalho na gráfica, até me chegar às mãos o objecto ambicionado: o livro.
Por esses anos, a FIL organizou uma exposição dedicada ao livro infantil e juvenil. A minha distribuidora não tinha pavilhão na FIL. Não hesitei. Telefonei para as Publicações Europa-América. Falei com o director dos Serviços Comerciais, Eduardo Lyon de Castro. Expliquei-lhe que pretendia colocar os meus livros num dos seus pavilhões, caso concordassem. Veio a pergunta: «Vem da parte de quem?» Respondi: «Da parte de ninguém. Os meus livros vendem bem nas vossas livrarias, daí a ideia.» Iria informar-se e depois dar-me-ia uma resposta.
Dias volvidos, um telefonema. Eduardo Lyon de Castro (com o tempo um bom amigo) convidava-me a entregar dez exemplares de cada título – nessa altura tinha publicado cinco.
Pouco tempo depois, voltou a telefonar-me. Marcámos um encontro na FIL. Até aí eu não conhecia pessoalmente Eduardo Lyon de Castro. Achei-o uma simpatia: afável, simples, um homem bonito. Todos os meus livros, informou-me, haviam sido vendidos. O facto de não serem uma edição da Europa-América tinha suscitado alguma surpresa – mais precisamente, originado algumas visitas ao pavilhão: «Porquê os livros da Soledade aqui?» E a explicação: «Porque a Editora assim o entendeu.» Fizemos contas. Recebi dinheiro.
Umas duas semanas volvidas, novo telefonema. Desta vez, tratava-se de um convite: uma reunião com Francisco Lyon de Castro, o fundador das Publicações Europa-América. No dia do encontro, Eduardo (sobrinho do grande patriarca da Editora), esperava-me à porta da livraria da Marquês de Tomar.
Soledade Martinho Costa
Ilustração de Zé Manel
Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010
O ratinho, do buraco
vê o gato à sua espreita.
- Senhor Rato, caro amigo!
Mia o bichano manhoso.
Venha daí à despensa
comer um pouco de queijo.
Sabe, já tenho saudades
há muito que não o vejo!
O rato, no buraquinho
deita o focinho de fora:
- Para mim é um prazer
acompanhá-lo em passeio!
Diz ele como resposta.
Mas a sua gentileza
merece, senhor Tareco
que lhe faça uma proposta.
Logo o gato estende as patas
de veludo, sorrateiro.
- Antes de irmos à despensa
comer o queijo da serra
entre aqui no meu buraco
e sente-se à minha mesa!
E remata, zombeteiro:
- O meu amigo não sabe
mas nunca aceito um convite
sem que eu o faça primeiro!
Rodou o gato nas patas
de volta para a cozinha
e o rato, mais descansado
foi dar a sua voltinha.
Soledade Martinho Costa
Do livro «A Festa na Capoeira»
Ed. Vela Branca
Quinta-feira, 7 de Janeiro de 2010
Acontecia de vez em quando. Acontecia quanto menos se esperava. Até que começou a esperar-se que acontecesse.
Inesperadamente, do lado de fora da sala de aula, o rosto do garoto aparecia emoldurado pelo aro da janela. Os alunos ficavam desassossegados, desatentos às palavras da professora. Olhos fitos na janela aguardavam o início das momices, dos esgares, das caretas, das «palhaçadas» que costumavam presenciar, quais espectadores sentados numa plateia diante de um palco onde um único actor, por mímica, era o ponto central de toda uma encenação que os fascinava pela ousadia. Pelo desafio. Pela «arte» de os fazer rir.
Ora escondia o rosto, baixando-se, para logo reaparecer em «cena». Ora entortava os olhos ou fazia súplicas com as mãos olhando o céu. Sempre sem uma palavra. Conforme aparecia, assim desaparecia do recorte da janela.
Mais de uma vez a professora saiu, interrompendo a aula, dirigindo-se ao recreio para onde davam as janelas da sala. Mas nem por uma vez conseguiu apanhar o garoto. Vê-lo, sequer. Ao aperceber-se de que a professora ia no seu encalço, ei-lo a desaparecer como o fumo.
Quem era? Conheciam-no? Era colega? Viam-no no recreio? Pertenceria a outra escola? Que não, que não sabiam. Não o conheciam. No recreio também não o viam. Talvez fosse de outra escola, sim.
Num desses dias de «espectáculo», um dos alunos, sentado mais perto da janela, gritou-lhe: «Macaco!» O outro riu. Fez mais umas momices e, tal como apareceu, desapareceu, lesto na manha, na perspicácia e no atrevimento, como se o chão o tivesse engolido.
A professora fez algumas diligências no sentido de saber quem era o garoto. De nada resultou.
Habituados já à presença do «actor», os alunos, para arrelia da professora, começaram por olhar, de vez em quando, a janela à espera de verem o rosto conhecido. Pouco atentos. Na expectativa. Na esperança de se divertirem. De terem o ansiado momento de pausa sempre apetecida. Mas nem sempre acontecia. Quem sabe se o «actor» não teria agendadas outras actuações?
Aconteceu certa manhã. A janela estava aberta quando o rosto do garoto assomou, repentinamente, por ela. Instalou-se o silêncio entre os alunos. O rosto que viam não era o mesmo. Onde a liberdade do riso? Das momices? Da traquinice?
Desta vez, do lado de fora da janela, o garoto olhou as outras crianças e falou. Pela primeira vez falou. Voz soluçada, molhada de lágrimas na alma e no rosto: «Que querem vocês, hein?! Acabou-se o amendoim, ouviram? Acabou-se o amendoim!»
A turma não riu. Surpresos, olhavam o garoto com fama de engraçado. As coisas tinham mudado. Havia infelicidade naquele rosto e naquelas palavras. A professora levantou-se. Correu para a porta. Tentou chamar a criança. Mas aqueles olhos, brilhantes de lágrimas mal contidas, rápidos, tal como haviam surgido, assim desapareceram do recorte da janela. A professora não conseguiu localizá-los.
Desde esse dia, o «actor» desconhecido não voltou a interromper a aula. Anos volvidos, alguns dos ex-alunos continuam a guardar na memória dos olhos as suas momices e as lágrimas com que se despediu.
Soledade Martinho Costa
Quarta-feira, 6 de Janeiro de 2010
«Adoração dos Reis Magos», Andrea Mantegna, J. Paul Getty Museum, Los Angeles.
Segundo São Mateus – o único entre São Marcos, São Lucas e São João que narra o episódio dos Magos no Evangelho –, os três Reis Magos terão tido uma conversa com Heródes, que não se repetiu, visto, em sonhos, terem sido avisados para o não tornarem a fazer.
Conforme a tradição, ao chegarem a Jerusalém, os três Reis Magos não hesitaram em perguntar na corte de Heródes pelo recém-nascido Rei dos Judeus. Pergunta que a todos surpreendeu e sobressaltou. Informados pelo próprio Heródes de que o Menino se encontrava em Belém, para lá se dirigiram, levados, de novo, pela estrela que os havia conduzido até à capital de Israel. Estrela que tinha desaparecido e voltado a surgir, para levá-los, agora, até à humilde casa onde, perante um modesto berço, depositaram os seus presentes.
Essa terá sido a conversa a que se refere São Mateus. Quanto ao aviso dos sonhos, apontava para que os Magos «regressassem às suas terras do Oriente, pelo vale e campo dos Pastores, atravessando o rio Jordão, perto da foz, no Mar Morto, de modo a evitar o caminho da capital, pois Heródes tencionava matá-los».
Como se sabe, foi Heródes Antipas, tetrarca da Galileia, quem julgou e condenou Jesus Cristo – que lhe fora mandado para esse fim por Pôncio Pilatos –, embora sabendo que Jesus Cristo não era culpado de crime algum.
Para fazer compreender aos judeus que lhes deixava a responsabilidade pela morte de Jesus, Pilatos mandou vir água, nela lavou as mãos e disse: «Estou inocente da morte desse homem.» Resultando dessa frase a expressão «lavo daí as minhas mãos», sempre que alguém declina responsabilidades face a determinado acto.
E foi por caminho inverso àquele que os levou até Jerusalém, que os três Reis Magos regressaram aos seus países de origem, para depois mais honrarem e glorificarem a Cristo, pregando e transmitindo a sua fé aos respectivos povos.
A LENDA
Quando o imperador do Sacro Império Romano-Germânico Frederico Barbaruiva destruiu Milão em 1154, os seus habitantes encontraram entre as ruínas da Igreja de Santo Eustórgio «três urnas rodeadas por um círculo de oiro, contendo três corpos perfeitamente conservados».
Logo o arcebispo de Colónia os reconheceu como sendo os dos três Reis Magos, cujos restos mortais haviam sido reunidos na Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla, por empenho de Santa Helena, mãe de Constantino, o Grande, imperador que ajudou a consolidar o Cristianismo como religião do Império Romano, tendo mandado publicar, em 313, o Edicto de Milão, a favor dos seguidores da religião nova.
Os corpos terão sido, posteriormente, retirados da Catedral e concedidos, como dádiva, a Eustórgio, bispo de Milão, em cuja igreja, no meio de destroços foram, então, encontrados.
Transferidos de Milão para Colónia, diz-se que uma das vacas que puxava o carro que transportava as preciosas urnas, foi atacada e morta por um lobo durante o trajecto. Evocado Santo Eustórgio, logo a fera, docilmente, tomou o lugar do animal morto, permitindo, assim, a continuação da viagem. Afirma-se ainda que «por onde o cortejo passava, logo ali aconteciam milagres».
Soledade Martinho Costa
Relíquias dos Três Reis Magos, Catedral de Colónia.
Terça-feira, 5 de Janeiro de 2010
2 anos após a sua morte.
SMC