Pois é, o Sarrabal está de parabéns. Faz hoje 4 aninhos!
Quando comecei, em 2007, não acreditava que fosse tão longe. Dava os primeiros passos, ainda hesitantes, neste mundo virtual, que me era desconhecido. Mas, aos poucos, foi-se instalando em mim, enquanto autora, uma espécie de responsabilidade para com os meus leitores (que os fui tendo). Depois, criei um certo gosto por publicar aqui o que muito bem me apetece. É bom. Não saindo nem abdicando do estilo que adoptei desde o início, tenho vindo a captar cada vez mais leitores (o «sitemeter» assim o indica). Bom sinal. Se os comentários são poucos, aceito que a maioria das pessoas que visitam o Sarrabal se sintam inibidas, por qualquer razão, de o fazerem. Tenho amigos que não comentam, embora leiam aquilo que escrevo. Mais facilmente me dão o seu parecer numa conversa pessoal, pelo telefone, ou por e-mail. Ficam os outros, os que se tornaram meus amigos para além da blogosfera. Esses, são visitas e comentadores regulares, sempre gentis, nos comentários que me dirigem.
E o tempo vai passando. Foi passando, melhor dizendo. E vão quatro anos, até hoje. O meu desejo é que possa repetir mais vezes este aniversário, sinal de que continuo a amar as palavras – minha «matéria-prima» – e a utilizá-las tão bem quanto sei e posso. Nos poemas, nas crónicas e nos restantes textos que vou publicando neste blog. Que continue a contar também com o interesse dos meus leitores. Sem eles, não mereceria a pena escrever. Ou talvez merecesse, no sentido de ser eu própria, apenas, a leitora dos meus posts – há sempre que ter em conta alguma excentricidade da parte daqueles para quem a escrita é tão necessária como o oxigénio que respiram. Que lugar-comum esta comparação! Não gosto. Prefiro esta: …para quem a escrita é tão necessária como olhar o azul do mar até ao rés do horizonte. Ou talvez esta:… como escutar o canto das aves a despertar nos lençóis da madrugada. Fica mais poético assim.
Mas há uma novidade: tenho uma página no Facebook. Renitente, renitente, mas acabei por fazer a vontade à minha neta Teresinha. Não estou arrependida. É um mundo diferente, vertiginoso, onde as novidades se multiplicam, onde os nomes têm rosto, onde os amigos dos amigos nossos amigos são (conquanto eu prefira os amigos que conheço). Trata-se de uma experiência nova para mim. Um desafio. E vou aprendendo a lidar com técnicas curiosas e avançadas, que têm a finalidade, talvez, de aproximar as pessoas, de descobrir, afinal, que podemos estar acompanhados em vez de estar sozinhos. Mesmo que essa proximidade não passe de uma ilusão. Ainda assim, prefiro o meu blog, o Sarrabal!
Vamos, então, apagar as velas? Grata a todos vós, leitores, por mais um ano. Bem-hajam!
Soledade Martinho Costa
OUTRO ANIVERSÁRIO
AMÁLIA FARIA HOJE 91 ANOS
Por casualidade (ou não), já o disse outras vezes, o aniversário do Sarrabal coincide com a data do aniversário de Amália Rodrigues. Não posso, nem quero, salientar um deles sem que, obrigatoriamente, refira o outro. Assim o tenho feito.
Se Amália fosse viva, completaria hoje 91 anos de idade.
A sua voz, incomparável, única, traz-nos a lembrança e a saudade. Mas também nos acompanha e acompanhará, intemporal. Eterna voz que nenhuma outra substitui. Guardada em nossos corações e memória a pessoa que foi Amália. Viva em nossos ouvidos e na alma, agora e sempre, a voz que nos emociona, nos deslumbra, e continuará a acompanhar-nos na voragem dos dias que hão-de perfazer as nossas próprias vidas.
E porque admiro a poetisa que foi Amália, aqui vos deixo um poema de sua autoria:
HORAS DE VIDA PERDIDA
Horas de vida perdida
À procura de viver
Vai-se à procura da vida
Não a encontra quem quer.
Quem sou eu para dizer
Quem sou eu para o saber
Nem sei se sou ou não sou
Ninguém pode conhecer
Isto de ser e não ser.
Sem saber sei entender
Assim, sei o que não sei
Sinto que sou e não sou
Entre o que sei e não sei
A minha vida gastei
Sem conseguir entender.
Ai, quem me dera encontrar
As rimas da poesia
Ai, se eu soubesse rimar
Tantas coisas que eu dizia.
Amália Rodrigues
Do livro «Versos»
Ed. Livros Cotovia
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