Rejeito em mim
O peso das palavras descontentes
Aquele que nos tira o sono e o engenho
De ultrapassar esta cortina
Urdida em nevoeiro
Que se abateu aos poucos
E hoje cobre por inteiro
O meu País
Meu campo por lavrar
Desprovido de espigas e sementes.
O Homem
Não soube semeá-las
Não houve Primavera
Só Inverno
A governar sozinho o calendário.
Mas é no tempo
Nesta raiz de espera
E de tormento
Que celebramos
O Sol da Liberdade.
Dela não retiramos o pão
Não distribuímos a riqueza
Mas respiramos
A vontade e a certeza
De repetir a esperança
De repetir os cravos
Os versos da canção.
Sonhar é atributo
Necessário:
Sonho nem sempre é ilusão.
Os dias hão-de vingar
Vestidos de futuro
Justo, fraterno, solidário
Hão-de chegar
Num outro aniversário.
Celebrá-lo-emos, então
Comparável à árvore
Onde se oferece o fruto
Ao alcance tão-só
Da nossa mão.
Soledade Martinho Costa
. SEMANA SANTA - «O GALO DA...
. ANIVERSÁRIO DA MORTE DE N...
. VARINAS
. VERSOS DIVERSOS - O CONSE...
. LEMBRAR ZECA AFONSO - 37 ...
. A VOZ DO VENTO CHAMA PELO...
. CARNAVAL OU ENTRUDO - ORI...
. REGRESSO
. 20 DE JANEIRO – SÃO SEBAS...
. UM OLHAR SOBRE A PAISAGEM...
. AS «JANEIRAS» E OS «REIS»...
. BLOGUES A VISITAR