Da autoria da minha Amiga Maria Júlia, recebi o poema «Cavalinho Azul».
Com muito gosto o publico aqui, no Sarrabal.
Soledade Martinho Costa
Finalmente, ganhaste corpo e forma
E te deixaste materializar
Só nos meus 50 anos
Te posso visualizar
Mas surges como excelso presente.
Sempre te pressenti
Desde os castelos de cristal
Das ilhas de coral da minha infância
Fogoso e fugidio eras marinho
Esbelto cavalinho.
Pressenti-te depois
Eras o nobre chefe
Do pelotão de cavalaria
Dos meus soldadinhos de chumbo
De aprumada e digna infantaria.
Pressenti-te
De azul flamejante
Galgando medonhas fortalezas
Conduzindo garbosos príncipes
Ao doce beijo das suas princesas.
Ó cavalinho azul de sonho, quanto te prezo
Quase te toquei na cavalaria austríaca
Junto da imperatriz Sissi
Mas fugiste-me e já não te vi
Nunca mais, desde aí…
Só de onde a onde
Vagamente
Te pressenti
Divisando somente a tua silhueta
De azul já esbatido
Desmaiou o teu azul
Por algum – tanto! – tempo
Que tempo doentio, tempo lixo
Mas vislumbro-te depois, agora
Como magnífico pássaro.
Pássaro de grandes asas azuis
Brilhantes, a reflectir o sol chamejante
Dos meus heróis
Viriato, Isabel, Nuno Álvares, Joana d’Arc, João de Deus
E tantos outros reflexos teus.
Passei a viver deslumbrada, extasiada
Não querendo saber de mais nada
A não ser ser transportada
Nas tuas asas azuis
De pássaro de voo plano
Pássaro olhando o Mundo e o Humano
E transformar-te, meu perfeito cavalinho
De corpo esbelto e elegante, esvoaçante
Em cavalinho materializado, meu amigo, meu aliado
Meu cavalinho sonhado.
És tão azul e tão sublime
Que temo tocar-te e esbater ainda mais a tua cor
Limito-me a ver-te com a reserva de certa distância
Basta-me a certeza
Da tua existência e constância.
E tu, corporizado cavalinho
Deixa que te toquem as crianças
Porque essas não te tiram a cor de azul infinito
Leva-as de passeio
A viajar, a sonhar.
Não te importes que os adultos
Descrentes
Te não vejam
Às vezes sentem-te, mas teimam em não te ver
Obstinados, doentes.
Ó meu cavalinho de Tróia
Ó meu cavalinho helénico
De estratégia vitoriosa
Aceita, abre as portas de par em par
Aos que têm a capacidade de crer
De te ver ou tocar
De sonhar.
Maria Júlia Pinheiro
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