NOSSA SENHORA DO FADO
Vestiram-se de luto
As cordas das guitarras
Calou-se a tua voz
Companheira de longas caminhadas.
Nossa Senhora do Carmo
A quem pedias
Que te acompanhasse
Em cada palco
Chamou-te um dia a si
E tu partiste
Ao encontro de quem por ti chamava.
Ficou o teu perfume no cristal
Aprisionado na distância e na saudade
Entre o silêncio
E o rolar da lágrima
Como quem espera a vinda sem sinal
De um barco que no mar
Está naufragado.
Lembrar agora as tuas mãos
Em sobressalto
E a solidão do teu olhar
É mais do que saber de ti
Onde tu moras.
É dizer que as rosas
Também choram
Quando lhes falta quem as ame.
Recordo a tua sala
Os sons, a luz
O teu retrato, o teu piano
Os objectos dispersos
Em sítios que a memória traz.
Hoje o teu nome
Como o da ave o roçar da asa
Bate diariamente à tua porta.
Sobe os degraus de pedra
E vai procurar-te
Ao lugar onde não estás.
Tu continuas a ser a tua casa.
Soledade Martinho Costa
Mais um ano passou. E passou tão depressa! O Sarrabal volta a celebrar outro aniversário. Nove anos já é alguma coisa! E cá estou, a agradecer de novo aos meus leitores, assíduos ou de passagem. O meu obrigada a todos vós.
Desta vez, não há velas nem bolos. Há flores. É o mais bonito para oferecer-se a um aniversariante. Ou não será? Para o próximo ano, que nos voltemos a encontrar por aqui. O Sarrabal agradece - e eu também!
Soledade Martinho Costa
Tão mágica clareza
Tão misterioso encanto
Só aos Grandes
Aos Imortais Poetas
O dom de assim escreverem
Lhes concede
O segredo que faz cantar as fontes.
Por isso
Tão-somente
O copiar o jeito do teu punho
Ao segurar a caneta com que escrevo
Me tolhe o gesto
Me ruboriza a face
Ao atentar na grandeza do teu canto
E na pobreza dos versos que te faço.
Soledade Martinho Costa
Do livro «A Palavra Nua»
Leva a gula
O javali
À horta
E ao pomar.
Julho respira aromas
A esteva e alfazema
De branco as camarinhas
São noivas dos pinhais.
O Sol
Seduz a terra
Em abraços de chama
Acendem pirilampos
Lanternas de luar.
Soledade Martinho Costa
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